Superquarta final de 2025: mercados esperam corte nos EUA e Selic mantida em 15%

A última Superquarta de 2025 começa com forte atenção do mercado global às decisões sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil. O evento, conhecido por alinhar as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central (BC), tende a definir expectativas para o início de 2026 — período considerado decisivo para a trajetória de inflação e crescimento econômico.

Corte de juros nos EUA ganha força

De acordo com projeções de mercado, há 87% de probabilidade de o Fed anunciar um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na reunião desta semana. A percepção é apoiada por dados recentes da economia americana, como o avanço dos gastos do consumidor em setembro e a melhora do sentimento econômico de famílias em dezembro, sinais de maior estabilidade na atividade.

O movimento pode representar uma mudança relevante no ciclo de política monetária dos EUA, influenciando fluxos globais de capitais, o câmbio e o apetite por risco em mercados emergentes.

Selic deve permanecer em 15%

No Brasil, a expectativa dominante entre analistas é de manutenção da Selic em 15%, encerrando 2025 com juros elevados e transmissão lenta da política monetária sobre a economia real. A decisão, porém, não será o único ponto de atenção: o comunicado do BC após a reunião será determinante para as projeções de cortes no início de 2026.

Segundo pesquisa citada no mercado, há divergência entre os economistas: parte espera o primeiro corte em março, enquanto outros veem possibilidade de flexibilização já em janeiro ou apenas em abril. A leitura predominante é de que o BC deve aguardar sinais mais sólidos de enfraquecimento da inflação antes de iniciar a redução da taxa.

O cenário ganha peso após o resultado do PIB do 3º trimestre mostrar desaceleração acima do esperado, ampliando a discussão sobre o custo de juros altos em meio à perda de força da atividade.

Impactos para mercados e investimentos

A Superquarta tende a trazer volatilidade nos mercados, especialmente no câmbio. Uma combinação de corte nos EUA com juros estáveis no Brasil pode pressionar o real, influenciando preços de importados e custos de financiamento.

Para investidores, o foco estará na sinalização futura de ambas as autoridades monetárias. Se o Fed iniciar o ciclo de cortes e indicar continuidade, mercados emergentes podem se beneficiar com maior entrada de capital. No Brasil, a confirmação de que a Selic pode começar a cair no início de 2026 tende a reprecificar ativos sensíveis a juros, como títulos públicos, bolsa e crédito privado.

O que monitorar nos próximos dias

Além das decisões oficiais, os discursos de dirigentes do Fed e do BC serão determinantes para as previsões de juros. Termos como “cautela”, “condições para corte” e “persistência inflacionária” devem direcionar os preços de ativos nas próximas semanas.

Investidores também acompanharão indicadores relevantes de Brasil e Estados Unidos, especialmente inflação, câmbio, confiança e dados de atividade. Qualquer surpresa nesses indicadores pode ajustar expectativas para as próximas reuniões monetárias.

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