Um corte de 25 pontos-base do Fed normalmente reduz a atratividade do dólar e aumenta o apetite por ativos de risco — mas os efeitos sobre o Brasil dependem da reação do Copom e do fluxo de capitais. Analistas de FX observam que um Fed mais dovish tende a aumentar entradas em emergentes, mas pode também gerar descompasso se o Brasil mantiver juros muito elevados por mais tempo.
Quatro canais de impacto:
Câmbio — maior fluxo para ativos emergentes pode fortalecer moedas locais, mas se o Copom não cortar e houver expectativa de cortes só em 2026, pode haver episódios de volatilidade e pressão sobre o real. Renda fixa — precificação de prazos longos será reavaliada: expectativa de Fed dovish reduz prêmio global por dólar, mas corte local em Selic é que reprecifica títulos públicos. Ações — setores exportadores e bancos podem reagir bem a fluxo por risco; ações sensíveis a juros (construção, consumo financiado) se beneficiam se houver sinal de queda de juros locais. Risco-país e spreads — melhora de sentimento reduz spreads emergentes; contudo, fatores domésticos (déficit, crescimento, fiscal) ainda ditam movimento do prêmio brasileiro.
Estratégias práticas: hedge cambial parcial, alongamento/encurtamento de duration na renda fixa conforme tolerância, e exposição seletiva a setores com sensibilidade positiva a ciclos de liquidez (commodities, exportadores).



